Um grupo de nove cientistas se reuniu há uns dias atrás no auditório do Perimeter Institute em Waterloo (Canadá) para responder a uma única pergunta: "O que os mantém acordados à noite?"
A discussão fazia parte do "Quantum to Cosmos", um evento para discutir o que está surgindo na física, da "Quântica ao Cosmos".
Porque este universo?
Em sua busca pelas leis fundamentais da natureza, os físicos estão trabalhando essencialmente em um paradigma muito antigo: demonstrar porque o universo tem que ser como nós o vemos. Considerando que outras leis podem ser pensadas, será que os outros universos que elas descrevem existem em outros lugares? "Talvez descubramos que não existe outra alternativa para o universo que conhecemos", diz o físico Sean Carrol da Caltech (California Institute of Technology). "Mas eu suspeito que isso não esteja certo". Carroll acha fácil imaginar que a natureza permita que existam diferentes tipos de universos com diferentes leis. "Então, em nosso universo, a pergunta se transforma em porque estas leis e não outras?".
Do que tudo é feito?
Sabemos hoje que a matéria comum (também chamada de mtéria bariônica - constituída de átomos, estrelas e galáxias) soma somente 4 porcento da conta total de energia do universo (lembre que matéria é energia). No entanto, são os outros 96% porcento que deixam os físicos acordados à noite. Uma parte do problema parece ser endereçada pela matéria negra, que corresponde a cerca de 73% do total. Os outros 23%, no entanto, parecem corresponder à energia escura, que parece estar acelerando a expansão do universo. A descoberta da energia negra criou diversas perguntas para as quais, ainda não há respostas. Elas incluem a própria natureza da matéria negra...
Como surge a complexidade?
Do comportamento impredisível dos mercados financeiros ao surgimento da vida a partir da matéria inerte. Leo Kadananoff, físico e matemático da Universidade de Chicago, acha que as questões que exigem mais empenho lidam com o nascimento dos sistemas complexos(*). Kadanoff teme que físicos de partículas e cosmólogos estão se esquecendo de um ponto importante, quando focam somente no muito pequeno e no muito grande. "Nós ainda não sabemos como os vidros comuns de janelas funcionam e mantém sua fora", diz Kadanoff. "A investigação de coisas comuns é tão importante quanto, na busca pelo entendimento." A própria vida, ele diz, so poderá ser verdadeiramente compreendida pela decodificação de como simples constituentes com simples interações podem levar ao fenômeno complexo.
(*) O estudo de sistemas complexos se refere ao estudo e compreensão do surgimento das diferentes formas de vida, com os mesmos materiais básicos. Estudar sistemas complexos, é procurar entender como as mesmas partículas subatômicas, quando unidadas de formas diferentes, podem formar um ser humano, uma árvore, um supercondutor de altas temperaturas, ou até mesmo o Lula e o Sarney. Ou seja, o estudo dos sistemas complexos busca a compreensão de como propriedades radicalmente diferentes podem surgir de diferentes combinações da mesma matéria básica.
Será que conseguiremos comprovar a Teoria das Cordas?
A Teoria das Cordas é a idéia de que as partículas fundamentais (pontos de dimensão zero) que os cientistas conhecem hoje, são na verdade estruturas semelhantes à pequenas cordas.
Da wikipedia:
"Os novos princípios matemáticos utilizados nesta teoria permitem aos físicos afirmar que o nosso universo possui 11 dimensões: 3 espaciais (altura, largura e comprimento), 1 temporal (tempo) e 7 dimensões recurvadas (sendo a estas atribuídas outras propriedades como massa e carga elétrica, por exemplo), o que explicaria as características das forças fundamentais da natureza.
O estudo da chamada teoria das cordas foi iniciado na década de 60 e teve a participação de vários físicos para sua elaboração. Essa teoria propõe unificar toda a física e unir a Teoria da relatividade e a Teoria Quântica numa única estrutura matemática. Embora não esteja totalmente consolidada, a teoria mostra sinais promissores de sua plausibilidade."
O que é singularidade?
Para o cosmólogo e diretor do Perimeter Institute Neil Turok, o maior mistério é o que começou tudo, o big bang. A teoria convencional nos leva de volta ao estado infinitamente quente e denso no início do universo, onde sabemos que as leis da física se desdobraram. "Nós não sabemos como descrever isso", diz Turok. "Como pode alguém dizer que tem uma teoria sobre tudo sem isso?". Turok tem esperança em um novo caminho trazido pela Teoria das Cordas e um desenvolvimento relacionado conhecido como "princípio holográfico" - o qual mostra como uma singularidade em três dimensões pode ser traduzida em uma entidade em duas dimensões matematicamente mais gerenciável (que pode deduzir que a terceira dimensão e a própria gravidade são ilusórias). "Estas ferramentas estão nos dando novos modos de pensar sobre o problema, os quais são profundamente satisfatórios em um sentido matemático", ele diz.
O que a realidade realmente é?
O mundo material pode, em certo nível, estar além da compreensão, mas Anton Zeilinger, professor de física na Universidade de Vienna, acredita qe os físicos mal começaram a arranhar a superfície de algo muito maior (se você gosta do assunto, leia a teoria deste cara. É foda do canário!). Zeilinger se especializou em experimentos quânticos que demonstram a influência aparente dos observadores sobre a forma da realizade. "Talvez o grande avanço venha quando comerçarmos a perceber as conexões entre a realidade, conhecimento, e nossas ações", ele diz. O conceito é alucinante, mas é bem estabelecido na prática. Zelinger e outros mostraram que partículas que estão bastante separadas podem ter, de alguma forma, estados quânticos que estão ligados", de forma que ao observar uma, podemos afetar a outra. Ninguém ainda conseguiu descobrir como o universo aparentemente sabe quando está sendo observado.
Nota do Canário: este é um conhecimento antigo, já descrito por sociedades antigas, mas sem comprovação (ou suporte) científico até o momento. Conhecimentos como a Filosofia Hermética (do Antigo Egito) dizem que "o mundo se apresenta à você, da maneira como você enxerga o mundo". Pense nisso!
Até onde a física pode nos levar?
Talvez a maior questão de todas seja saber se o processo de investigação que já revelou tanto sobre o universo desde a época de Galileu e Kepler esteja se aproximando do fim da linha. "Eu temo que nós tenhamos chegado aos limites da ciência empírica", diz Lawrence Krauss da Arizona State University. Krauss se qustiona, especificamente, se precisaremos de conhecimento de outros universos, como aqueles propostos por Carroll, para entender porque nosso universo é do modo que é. Se tal conhecimento for impossível de alcançar, ele pode por um fim a um maior aprofundamento de nosso entendimento.
Fonte (adaptado): http://www.newscientist.com/article/dn18041-seven-questions-that-keep-physicists-up-at-night.html?full=true
Site do evento "Quantum to Cosmos": http://www.q2cfestival.com/
Ótimo blog e tradução, mas,a propósito, você manja de tudo aí ? .-. Eu não entendi direito a citação da Nota do canário e a Singularidade na qual a teoria do princípio holográfico não me entrou, já procurei about, mas sempre complexo '-'. Fora isso, Conta no FB, o site não tem não ? E de novo cara, ótimo blog =D
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